quarta-feira, outubro 04, 2006

Espectro electromagnetico: Cores

É tentador pensar que a Radiação gama (pensem Chernobill) é completamente diferente da luz ou do rádio, mas a verdade é que a única coisa que varia é o comprimento de onda, ou seja, a distancia entre dois picos de uma dada onda:

Comprimento de onda: a distancia
entre dois picos de uma onda.

Há comprimentos de onda para todos os gostos: algumas ondas rádio têm centenas de metros entre os seus picos e outras são mais pequenas que moléculas:

Da esquerda para a direita:
Radiação gama, Raio X, Ultravioleta, Luz, Infravermelhos e Rádio


Como se pode ver pelo grafico acima, aquilo a que chamamos "luz" não é mais que uma muito pequena parte de todas as radiações que existem - 0 espectro electromagnético.
Dentro deste pequeno intervalo que é a luz visivel, o nosso cerebro consegue ainda distinguir 10 milhões de sub-intervalos, às quais chamamos cores.
O arco-irís, por exemplo, é a decomposição selectiva da luz nas suas cores constituintes. Sabe-se que na realidade o arco-iris tem 9 cores, porque há duas que não se vêm - o infravermelho e o ultravioleta. Porquê? Porque é que não vemos mais do que aquela estreita banda de cores?

(continua)

segunda-feira, junho 19, 2006

Jogos do Mundial à pala - no PC

Chegou-me ao conhecimento que existe uma forma de ver todos os jogos do mundial à pala. O programa chama-se TVUPlayer e pode ser encontrado aqui, ou falhando isso, aqui.
Em circunstancias normais, em não divulgaria este programa, mas este caso é especial. Trata-se de um programa P2P (tipo emule ou bitTorrent). O que isto quer dizeré que ao mesmo tempo que estamos a sacar o programa, estamos a passa-lo para outros verem. Esse é, de resto o motivo pelo qual tem cerca de 2 mins de atraso. Ou seja: basicamente quanto mais pessoas estiverem a ver um dado canal, melhor. Por isso toca a sacar o TVUPlayer e a dizer aos amigos.

Basta instalar o programa e "sintonizar" o canal ESPN2. A qualidade não é extraordinária, mas é tolerável.

EDIT: Ontem vi o ESP-TUN, e isso sozinho representou 250MB de trafego internacional, por isso atenção a quem está limitado nesse aspecto.

quarta-feira, maio 10, 2006

Os TFT são mais baratos que os CRT

Este post vem um bocado fora de horas. De facto, nos dias que correm ninguém no seu perfeito juízo compraria um monitor CRT, especialmente com os preços dos TFT a cair em flecha. No entanto, essa raça obsoleta de periféricos subsiste, e por isso vou prosseguir estóicamente com o artigo.

Qual é mais barato? Um monitor CRT ou um monitor TFT? Parece uma pergunta simples e directa. No entanto, tal como as lâmpadas de alta duração, convém não esquecer que os produtos mais antigos consomem mais electricidade, e que no fim do mês a electricidade paga-se - cada vez mais.

Antes de mais os concorrentes:

-> Monitor CRT Preço base: €129

-> Monitor TFT Preço base €189

Além disso, convém notar o seguinte:


Há uma diferença entre área útil e área total em monitores CRT.
Nos TFT isso já não acontece.


O que isto quer dizer é que as áreas úteis de ambos os concorrentes são diferentes.

Monitor CRT
-> Área útil (assumindo uma diagonal de 15in):108 SqIn (polegadas quadradas)

Monitor TFT:
-> Área util: 138.72 SqIn

Agora vamos levar em conta o consumo electrico. O CRT gasta 80W, mais 40 que o TFT. Ambos os monitores têm garantia de 2 anos. Eu uso o meu PC durante pelo menos 8 horas por dia. Por este raciocínio, ao longo de 2 anos o TFT vai gastar €23.36, mas o CRT vai gastar €46.72.
Se Custo total=Custo Capital+Custo Energético, o preço do TFT é €212.26 e o do CRT é €171.96.

Agora o passe de mágica: vamos calcular a relação preço total/área útil.

Monitor CRT
-> 171.96/108=1.6 (€/SqIn)

Monitor TFT
-> 212.26/138.72=1.53 (€/SqIn)

O TFT é 4% mais barato.

terça-feira, maio 09, 2006

Esta merda não vira?!

Esta é pergunta mais comum que se ouve a bordo, especialmente quando o barco vai à bolina (ou seja, a velejar com o vento de frente), porque nestes casos o barco inclina-se bastante.

A resposta simples é que o barco não se vira porque tem uma quilha, uma barbatana que sai da parte inferior do barco, com um naco de chumbo no fundo, que serve para que contrariar a inclinação do barco. Nos barcos da America's Cup, a quilha pesa 20 toneladas e representa 80% do peso do total da embarcação
Mas há outro motivo. À medida que o barco fica mais e mais inclinado, a vela deixa de captar vento.


Se o barco se inclinar demais, a vela fica
paralela ao vento e este deixa
de se sentir

Nessa altura a quilha passa a mandar no barco, e este endireita-se. Por isso é que barcos com quilha raramente se viram - só com muito mau tempo.

segunda-feira, maio 08, 2006

Saquem músicas! Saquem desesperadamente! Tirem tudo o que puderem, até não caber mais! Roubem como se não houvesse amanhã!!

sábado, abril 15, 2006

Obrigado, João!

Quase um mês passou desde o meu último post sobre a evolução da pirataria informática. Claramente faltava um remate nesta série. No entanto, parece que a jihad anti-pirataria chegou ao nosso rectangulo. Aparentemente vão começar a processar pessoas por infringimento de copyright. As reacções não se fizeram esperar, infelizmente talvez não com a qualidade que nós (os infringidores) gostariamos. Falo de uma pérola que pode ser encontrada aqui. Aparentemente foi escrita por uma pessoa de 20 anos que frequenta o 12º ano, de seu nome João Santos. Aparentemente o João (cujo email, que é zylor69@gmail.com, transborda confiança) percebeu que o seu texto tinha zero credibilidade e proteje-se no fim com um espectacular:
PS: Considerem isto uma opinião pessoal..

(Notar o uso liberal das reticencias. Três pontos para quê?)
Isto é a típica cobardia de terminar uma frase polémica com "isto é só a minha opinião, não é?"
O problema para o João é que o seu texto tem afirmações categóricas como "Temos o direito de experimentar o produto antes de o comprar, ou não?" Esta frase não é uma opinião, é uma afrmação categórica e inequívoca. Ou temos o direito ou não temos. Não se pode dizer "ah, eu cá acho que tenho." Já agora gostava de esclarecer que quando se experimenta um produto implica:
  • Ser oferecido, não roubado;
  • Ser limitado nos seus usos (uma amostra, um demo, ou um test drive);
O que João está a sugerir é que eu vá a um stand, roube o carro, o leve para experimentar o tempo que eu quiser e como quiser, e que se gostar posso compra-lo. Se não gostar posso devolve-lo ao stand, 4 anos depois. Ou então não.
Mais maravilhas de opinião:
"Ou será que quando se gravava as telenovelas e os filmes da televisão em cassetes, também era chamado de pirata da televisão? É exactamente a mesma coisa. Em vez de copiarem da televisão, copiam da Internet."
Gostava só de esclarecer que quando um programa passa na televisão, os autores desse programa estão a receber por isso. Quando se saca esse mesmo programa do eMule, não recebem um chavo. Só do ponto de vista do João é que é "exactamente a mesma coisa".
Lá para o meio do texto o João procura tranquilizar-me dizendo que
"(...) só com um processo judicial é que a vossa informação confidencial é disponibilizada"
No entanto, lembro que isto é só um texto de opinião, e que portanto se calhar os tribunais têm uma opinião diferente sobre o assunto.

segunda-feira, março 20, 2006

Rede KAD: Nem tudo o que brilha é ouro

Quando eu era pequenino, o meu pai contou-me a historia do "escudo e da espada". Na realidade não era bem uma história, mas sim uma descrição da forma como duas tecnologias adversárias se estão sempre a superar: primeiro, inventa-se a espada,depois o escudo. Depois uma espada mais afiada, depois um escudo melhor, etc.

A actual situação de guerra entre as discográficas e as novas tecnologias P2P é algo semelhante. A industria fecha o Napster, as redes passam a ser descentralizadas.
No entanto as mais recentes redes (eMule e BitTorrent) dependem de alguma forma de entidades centralizadas (eMule: servidores, o BitTorrent: "trackers"). Porquê correr o risco de ser apanhado pela RIAA ou pela MPAA?

Ao mesmo tempo, os utilizadores do eMule e do DC riem-se dos esforços das industrias e sustentam que a rede KAD (que corre "por cima" do eMule e do DC) é indestrutível, porque não depende de um servidor central.

A questão é: se a rede KAD é tão boa como isso, porque é que os líderes do esforço pirata implementam tecnologias centralizadas?
A triste verdade é que a rede KAD tem 2 grandes desvantagens:
  • Cada pedido pode alcaçar no máximo 8000-10000 PC'c. Numa rede com 3 milhões de clientes, ninguém me garante que o vou encontrar o que procuro.
  • Uma pesquisa pela rede pode demorar vários minutos a chegar, e não se pode fazer mais que uma de cada vez, o que é extremamente frustrante.
Isto não parece tão dramático como isto, quando se está à procura do Love Generation, mas para encontrar uma cover de uma banda Indie feita por outra banda Indie, já se tornam evidentes as limitações. Não se pretende exterminar a pirataria, mas sim dificulta-la, e neste capítulo a Industria está a ganhar.

sábado, março 18, 2006

Pirataria: do mIRC ao BitTorrent

Foi em 1991, na Alemanha, nasceram os 3 caracteres que fizeram tremer as discográficas: M, P e 3.
O Mpeg Audio Layer 3 é um formato de compressão que elimina frequências que o ouvido humano não consegue ouvir, reduzindo assim o tamanho de uma música por um factor de 10, o que o torna perfeito para circular na internet. No entanto, só em 95 foi tornado público e desde então a sua ascenção não tem parado. A palavra "Mp3" é o segundo termo mais procurado de sempre na internet, a seguir a "Pamela Anderson".

A história do trafico de música está intimamente ligada ao Napster. Antes do napster, o download de músicas como as viagens marítimas no tempo dos Descobrimentos. A Internet ainda era uma coisa inexplorada, reservada a alguns geeks e early adopters. As trocas efectuavam-se em meios mais restritos tipo mIRC, ou newsgroups. Mais tarde começam a aparecer sites menos selectivos tipo mp3.com ou allmp3.com. Por esta altura baixar uma música demorava facilmente 35 mins, isto se a chamada não caísse.

Em 1999, Shawn Fanning (com 18 anos na altura) apercebe-se que se as músicas e as ligações começam a pesar nos tímidos servidores da altura. Pensou que se os internautas partilhassem a música entre si, a carga total do sistema seria dividida por todos. Nascia o Napster. Com 26.4 milhões de utilizadores online no seu apogeu, com o Napster começava a era da música grátis.
No entanto a festa não ia durar muito. O Napster é processado pela RIAA perde, ganha, perde e ganha à última da hora, mas no fim (Setembro de 2001) faltam-lhe os tomates (e os fundos, porque os processos não são baratos) e concorda em fechar o seu servidor central.


O calcanhar de Aquiles do Napster: O seu servidor central.

Toda a publicidade em torno do processo teve o efeito contrário ao desejado (pelas discográficas) e milhões de pessoas começaram a sacar música como se não houvesse amanhã. O número de utilizadores do Napster aumenta brutalmente e os downloads disparam.

A poeira ainda não tinha assentado, já estavam em jogo várias alternativas de segunda geração. Estes programas de "segunda geração", como são conhecidos, aprenderam a lição do Napster e já não dependem do index central.



Rede tipo "KaZaA": 100% descentralizada.

As redes de partilha de segunda geração já não têm servidor central; em vez disso cada utilizador faz de servidor e encaminha os pedidos e as respostas dos 6 ou 7 PC's mais proximos de si, "doando" 10% da sua ligação. Esta abordagem torna as redes virtualmente indestrutíveis, pois enquanto houver 2 clientes ligados, a rede subsiste.

Foi esta arquitectura que dominou o "mercado" dos programas para sacar, nomeadamente através da rede FastTrack, que chegou através de Portugal via KaZaA.
A rede FastTrack (à qual o KaZaA pertence) foi a mais popular até Outubro de 2004, altura em que começou a entrar na moda o download de filmes. Para filmes, havia alternativas mais bem posicionadas: nomeadamente a rede ed2k (eMule) e o BitTorrent (Azureus), que são optimizados para ficheiros grandes (>100MB).
A rede ed2K tem cerca de 3 milhões de utilizadores online, enquanto que o BitTorrent tem uns (espectaculares) 55 milhões de utilizadores, que sozinhos são (também espectacularmente) responsáveis por 30% de todo o trafego na internet.

Tanto o BitTorrent como o eMule são híbridos entre a primeira e a segunda geração de programas de partilha. O eMule tem servidores centrais onde as pessoas se encontram, mas além disso também implementa um protocolo descentralizado conhecido como o Kad que funciona muito como o KaZaA, para acelerar a procura de fontes e diminuir a carga nos servidores. Se todos os servidores fecharem, o eMule viverá apenas com o Kad.

O BitTorrent é algo completamente novo. Cada ficheiro partilhado tem um "tracker" que faz de anfitrião entre as pessoas que têm esse ficheiro disponível. Para iniciar um download basta sacar o tracker que o programa rapidamente faz o resto. Enquanto isto é uma arquitectura robusta, estes trackers têm que estar armazenados em algum sítio (sites, geralmente) e esses sites podem ser alvo da fúria das autoridades.

E o futuro? Fica para depois.

segunda-feira, março 13, 2006

Pirataria: Do Betamax ao Minidisc



Com o advento e a popularização do gravador de cassetes nos anos 80, tornou-se hábito fazer cassetes em casa (Nós por cá, tinhamos a "Hora do Cassete", um programa criado pela Rádio Cidade para o efeito, completo com pausas para virar o lado e tudo). A British Phonographic Industry (BPI) entendeu isto como uma violação macissa dos direitos de autor das bandas inglesas e lançou a campanha "home taping is killing music". Foi o primeiro assalto de uma marcha em que a indústria (BPI, RIAA e, mais recentemente a MPAA) dá um passo para a frente e dois para trás: à cassete sucedeu o minidisc (que podia ser regravado 1 milhão de vezes sem perda de qualidade), depois os duplicadores de CD, e finalmente a Internet.

Do outro lado do oceano, e já nos anos 70, a Sony lançou o Betamax, e as pessoas começaram a gravar programas de TV e filmes em casa, e com isto provocaram o estudio gigante americano Universal City Studios (cujos bolsos não têm fundos). A Universal processou a Sony por facilitar o infringimento de direitos. E considerou-a responsável pelas acções dos seus utilizadores. O mundo esperou. Finalmente, em 84, veio a decisão: A Sony não podia ser considerada responsável pelas acções dos seus clientes, "because the devices were sold for legitimate purposes and had substantial non-infringing uses." Esta decisão iria proteger durante 21 anos (até Junho de 2005) tecnologias como o minidisc, o gravador de CD's, o iPod, as pendrives, mas também o KaZaA, o eDonkey2000 (A.K.A. eMule) e o Grokster, que argumentaram todos que o seu serviço tinha usos substanciais que não violavam os direitos de autor, e que se alguém o fazia, não era da responsabilidade deles.

[to be continued]

sábado, fevereiro 04, 2006

Pirataria Informatica - I

"The recent efforts of the music industry to root out piracy have addressed a uniquely contemporary problem with Draconian methods--good old-fashioned intimidation combined with access to personal information that would make George Orwell blush."


Onde se traça a linha entre o combate à pirataria e a privacidade? Qual o futuro das redes P2P? Pode um sistema como o iTunes ser implantado com sucesso em Portugal? Fiquem ligados!

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Open-Source

«As I'm sure you know, it's damn hard to make a modern movie for release in theaters without using free software [software livre]. They benefit from the work we do all the time. Modern special effects, which are what their remaining lousy little business depends upon, are impossible without us. Not withstanding that they are uniquely indebted to us for what they do, they still refuse to respect our users' rights.»

Ebem Moglen, conselheiro legal da Free Software Fondation (FSF), numa entrevista à News.com, comentando a aparente hipocrisia dos grandes estúdios de Hollywood, que editam os seus filmes em plataformas livres (Linux, suponho), mas no entanto tencionam dotar o produto final de DRM (restricções tecnológicas em conteúdos digitais, normalmente musica e filmes, que restringem o uso do dito, por exemplo só poder abrir uma vez ou num certo PC, não poder ser copiado, não poder ser gravado em CD, etc.). Como resposta a isto, a terceira versão da famosa licença GPL (também da autoria de Moglen, e sob a alçada da FSF) um dos EULA's (aquele texto que aparece durante instalação de um programa do qual toda a gente diz "I agree") mais usados no mundo do open-source, aparentemente vai proibir taxativamente - e em suma incompatibilizar - boa parte do software livre (todo o que optar ser governado pelo GPL) com os DRM's.

O que isto quer dizer é que ou os estúdios de Hollywood escolhem outros caminhos para a sua cruzada contra a pirataria, ou vão deixar, legalmente, de poder editar os seus filmes sobre plataformas livres.

A Free Software Fondation, originalmente o Che Guevara da informática é agora o centro das atenções de negócios de biliões de dolares, num claro sinal do poder do trabalho colaborativo e da computação paralela e um aviso do que está para vir. The Revolution Will Not Be Televised - The Revolution Will be Open-Source.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Ainda o Firefox

Acabo de aceder ao meu blog via Internet Explorer, e notei que o a lista de links aparece totalmente desajustada com o contexto (aparece em baixo!!) e mesmo a própria lista está desalinhada (com a paragrafação mal feita) quando vista com o IE.
Para esclarecer este equivoco aqui vão dois print-screens, um do FF e outro do IE. Aproveitem para notar:
  • A diferença no design
  • A previsão do tempo em Lisboa até Domingo
  • A caixa de pesquisa Google integrada
  • As duas janelas que eu tenho abertas em simultâneo no FF.
Sem mais, aqui vai o Internet Explorer que 85% das pessoas usa:



Como devia ser é:



Take back the web!

Europa:1 em cada 5 utilizadores usa Firefox

De acordo com um estudo de uma empresa de Estudos de Mercado e Consultoria francesa, especializada no mercado da Internet, o Firefox já passou a barreira dos 20% na Europa, chegando aos 38.4% na Finlândia.



Mais detalhes sobre o estudo aqui. Download do Firefox aqui.